Autor: Carlos
Ruiz Zafón
Editora: Suma
de Letras
Número de
Paginas : 232
Durante o verão de 1937, Simone
Sauvelle fica de repente viúva e abandona Paris junto com os filhos, Irene e
Dorian. Eles se mudam para uma cidadezinha no litoral da Normandia, e Simone
começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um fabricante de
brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente. Lazarus
demonstra ser um homem agradável, trata com consideração Simone e os filhos,
a quem mostra os estranhos seres mecânicos que criou: objetos tão bem-feitos
que parecem poder se mover por conta própria. Já Irene, fica encantada com a
beleza do lugar e por Ismael, o pescador primo de Hannah, cozinheira da casa.
Os dois logo se apaixonam. Todos estão animados com a nova vida quando
acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia de
Cravenmoore. Em As luzes de setembro, aquele mágico verão na Baía Azul será
para sempre a aventura mais emocionante de suas vidas, num labirinto de amor,
luzes e sombras.
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Zafón é, indiscutivelmente, um
dos melhores escritores contemporâneos. Seu estilo é único e as temáticas de
suas obras nos envolvem de tal maneira que é impossível não sentir-se parte da
história.
Em As Luzes de Setembro, nos deparamos com um enredo rico e
diferenciado; os personagens principais são bem construídos, e até mesmo Irene
e Ismael, o casal adolescente que tinha tudo para ser enjoativo, toca o leitor
com a sutileza de seus momentos românticos e nada clichês, sem contar as
personalidades tão bem definidas de ambos.
O cenário em que o enredo se
desenvolve é, sem dúvidas, um personagem à parte. Isso porque o autor é
bastante descritivo, sem se tornar maçante, o que faz com que o leitor sinta-se
inserido naquele ambiente. Vale destacar a mansão Cravenmoore – residência
habitada por seres mecânicos, um homem recluso, uma mulher doente e solidão.
Meu personagem favorito é, sem
dúvida, o engenheiro Lazarus Jann. A melancolia, solidão e o clima de mistério
que envolveu o personagem durante toda a trama combinaram perfeitamente com os
mágicos e, ao mesmo tempo, assustadores brinquedos mecânicos feitos por ele.
Acredito que comentar mais sobre o personagem acabaria por revelar o final do
livro, mas eu poderia ficar até amanhã escrevendo sobre Lazarus, tamanha a sua
complexidade.
Achei interessante o título do
livro, pois faz um contraponto com o ambiente sombrio em que se desenvolve o
enredo. Embora as sombras trouxessem as trevas e a morte, havia as luzes de
setembro...
O livro superou as minhas
expectativas, trazendo uma história com a qual eu sempre havia sonhado, mas
nunca havia encontrado. O desfecho é, sem dúvida, um dos mais bem pensados com que já me deparei. Mais uma obra-prima do mestre Zafón.
Trecho favorito:
Acho que também não
sou mais a mesma. Algo aconteceu dentro de mim.
Vi muitas coisas que
nunca pensei que pudessem acontecer... Há sombras no mundo, Ismael. Sombras
muito piores do que a coisa contra a qual eu e você lutamos naquela noite em
Cravenmoore. [...] Sombras que vivem dentro de cada um de nós.
Pg. 229-230
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Já li esse livro e também gostei do seu estilo sombrio e mágico. Zafón é um dos meus autores preferidos.
ResponderExcluirGostei muito da resenha, parabéns.
Oi, Eva! Também adoro o Zafón, o estilo dele é ímpar! Que bom que gostou da resenha, obrigada!
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